Ao léu
Carta para Leonilson, janeiro/2023
“Escrevo para você porque são tantas as verdades que nos atravessam. A sua ausência insiste em ficar. Celebro o sexo e suas escolhas, consequências de um sonho, sem cheio ou vazio, apenas gozar.
Agora, não são apenas dois. São três, quatros e até mais na pista de dança. Cada delícia tem seu preço, em cada pista/porto um amor lhe espera.
O que significa ser mais um homem?
As oportunidades são muitas e nem sempre o sexo é bom. A distância não é mais problema, existe sempre alguém online, 24/7, para dar e receber prazer. Objetos delirantes. Prazeres virtuais. O que você desejar, o que você quiser, eu estou aqui, pronto para servi-lo.
Léo, amor é o que nos une, o que nos separa. Nos pensamentos do coração, fiz minha morada. Por muito tempo, reconheci-me e compartilhei de suas inseguranças: família, fobia social, corpos desejáveis e desejados. Um corpo bicha, um corpo político, um corpo – rio que leva meu fluido e, por ele, entrego também meu coração.
A alteridade aqui são pequenos reinos, capturadas em imagens, que fazem de um corpo – liberdade– memória. Um reino para outros Léos.
Com carinho, Marcelo.”
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Os textos do projeto Abandonado Cão podem ser lidos na íntegra aqui.
Tags
Fotografia, Masculinidade Queer
Data
Em andamento
Local
Belo Horizonte/MG